Dois pedidos de desculpa, lágrimas e muita emoção. Assim foi a entrevista coletiva do jogador Denílson, autor do primeiro gol da vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o Internacional neste domingo, no Palestra Itália, a primeira da equipe de Wanderley Luxemburgo no Campeonato Brasileiro.
Contratado sob a desconfiança de torcedores e parte dos diretores, o jogador, melhor em campo ao lado de Léo Lima, curiosamente outro que chegou ao Palestra obrigado a assinar um contrato por produtividade, não conteve as lágrimas ao lembrar os apuros que passou até este domingo.
‘Não voltei ao Brasil do jeito que eu queria, com o carinho de todos e da imprensa. Não foi fácil ouvir que, aos 30 anos, as pessoas não acreditavam mais em mim e achavam que eu estava acabado. Foi muito difícil para mim, que sempre procurei ser uma pessoa correta e dar atenção a todos‘, desabafou. ‘Não foi fácil, mas dei a volta por cima depois de dois ou três anos ruins‘, completou o camisa 19.
Denílson creditou a volta de seu bom futebol ao técnico Wanderley Luxemburgo. O jogador celebrou a volta de suas famosas pedaladas, que tanto sucesso fizeram na Copa do Mundo de 2002 e afirmou estar vivendo seu melhor momento desde a conquista do pentacampeonato na Ásia com a seleção brasileira.
‘O Wanderley acreditou em mim e devo muito a ele pelo momento que estou vivendo agora. Com certeza é minha melhor fase desde a Copa, pois, depois do Mundial, foram só dificuldades, lesões e peso que não abaixava. Fazia algum tempo que eu não dava as famosas pedaladas, até por falta de confiança. Estava esperando o melhor momento e, graças a Deus, hoje fiz o jogo completo‘, comemorou.
Apoio da família: Não foi só o técnico Wanderley Luxemburgo quem recebeu palavras carinhosas de Denílson. Em meio ao seu discurso emocionado, o jogador dedicou a ótima atuação deste domingo aos pais. ‘Hoje, minha maior felicidade é chegar em casa e ver o sorriso da minha mãe, ganhar um abraço dos meus pais. Eles tentavam me animar quando todos diziam que eu estava acabado e eu sabia que poderia dar a volta por cima‘.
O bom momento vivido por Denílson neste domingo dá um alento ao jogador para, por um bom tempo, evitar pensar no dia em que terá de encerrar a carreira, provavelmente, com outra entrevista cheia de lágrimas. ‘Minha vida é jogar futebol. Não sei fazer outra coisa e não sei o que vai acontecer comigo quando não tiver mais o futebol‘, finalizou.
Via: GazetaEsportiva.Net